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Balanço da gestão - por 'Aqueles que Lutam'

  • Aqueles Que Lutam
  • 24 de nov. de 2023
  • 4 min de leitura

Obrigado, Sociais!


Diante do fim da gestão “Aqueles que Lutam” e início do processo eleitoral, apresentamos um balanço sobre a nossa atuação como gestão do CeUPES entre julho de 2022 e novembro de 2023. 


Nenhum de nós, integrantes da chapa “Aqueles que Lutam”, estava na universidade no período pré-pandemia, então não sabemos concretamente como era o engajamento no curso e sua mobilização para com as pautas políticas e econômicas, tanto da Sociais quanto da USP como um todo. Acreditamos, inclusive, como já pontuado em nosso Balanço de Greve, que a pandemia causou um movimento de desmobilização e esvaziamento dos espaços universitários, além de um descompasso entre as gerações de militantes, já que os estudantes desse período pandêmico e pós pandêmico tiveram pouco contato com os estudantes mais experientes do Movimento Estudantil e, portanto, não tiveram acesso às experiências e acúmulos do ME da USP.  


Reconhecemos e sentimos que houve, sim, este vácuo na experiência militante universitária após a pandemia. Foi nesse contexto em que estivemos inseridos e sobre o qual atuamos, e acreditamos que por meio de nossa atuação, conseguimos possibilitar uma maior inserção da entidade no cotidiano dos alunos, mostrando quais são os papéis que devem ser cumpridos por um centro acadêmico e principalmente, a necessidade da participação de todos os estudantes na sua construção democrática.


Ao longo da gestão, participamos das mobilizações e paralisações por conta da falta de água no CRUSP; participamos da ocupação na moradia estudantil em 2022, denunciando as ações antidemocráticas, violentas e reacionárias na Reitoria para com estudantes e moradores; organizamos, junto ao corpo discente, duas Semanas de Ciências Sociais (SECS) e as festas de encerramento; realizamos campanhas de agitação e propaganda por permanência estudantil e pela reformulação de um novo PAPFE que realmente atenda de forma concreta e completa todas as necessidades dos estudantes; construímos, em conjunto com os estudantes, a greve de 2023 na USP, que mesmo com muitos erros e insuficiência de conquistas reais, concretizou o que sempre tivemos em mente: alunos, principalmente independentes, participando ativamente dos espaços e, sobretudo, criticando os processos em curso. Em suma, tentamos ao máximo cumprir com nossos objetivos políticos e democratizar os espaços do curso, aproximando os estudantes da entidade.


A greve que ocorreu nos meses de setembro e outubro de 2023, foi essencial para que nós pudéssemos entender de forma mais concreta o que queremos como gestão e os objetivos  de uma entidade verdadeiramente democrática - que sempre foi o horizonte de nossa atuação. Por meio desse entendimento, conseguimos identificar diversos erros que tivemos durante e enquanto gestão, principalmente na forma reativa com a qual tocamos a entidade em alguns  momentos.  Mesmo com diversos erros, acreditamos que tivemos um papel importante na greve, conseguindo estar em posição de vanguarda durante momentos delicados do movimento.


Destacamos a importância de uma atuação na entidade que não seja apenas por uma disputa de narrativa e autopromoção de forças e organizações, mas que seja uma atuação preocupada e comprometida com as pautas políticas e seus deveres junto ao corpo estudantil. A composição dessa gestão por UJC e estudantes independentes foi essencial em toda a nossa  atuação, pois por meio de pontos de vista diferentes, conseguimos ter uma visão melhor do todo, fazer sínteses coletivas e fazer a crítica e a autocrítica de forma a aprender com os nossos erros e buscar soluções concretas para não cometê-los novamente.


A opção da chapa Aqueles que Lutam em não disputar a reeleição no processo eleitoral veio de conversas entre os membros da chapa e uma análise sobre nossas condições concretas de atuação nesse momento. Não há consenso entre os membros da chapa sobre a decisão de deixar de estar em uma entidade nesse momento, há aqueles que consideram necessária a continuidade de sua atuação no CeUPES. Entretanto, enquanto chapa, a decisão foi pela não disputa. Um dos motivos dessa opção se deve à exaustão e ao esgotamento objetivo de muitos dos integrantes, consequência do disputismo característico do Movimento Estudantil, sobretudo na FFLCH, e demais vícios extremamente desgastantes — os quais nós aprendemos como contornar e combater somente já no final de nossa atuação. O  outro motivo se dá pela análise de que é essencial um distanciamento e uma elaboração mais profunda, com base nos nossos acúmulos advindos da gestão, de como deve ser a atuação política em entidades, de modo a construir uma atuação sempre consequente e que lide com as contradições do ME, evitando reproduzi-las.


Ressaltamos principalmente que entendemos que essa decisão não significa a ausência nos espaços de militância do curso, mas uma atuação diferente. Continuaremos presentes nos espaços de discussão, deliberação e construção das atividades cotidianas do curso. Os espaços deliberativos promovidos pelo CeUPES são locais de disputa, debate, colocação de ideias e construção e execução conjunta de encaminhamentos. Nos comprometemos a fazer isso sempre de forma construtiva, priorizando a atuação política consequente, os debates honestos e as sínteses coletivas com as bases estudantis.


Agradecemos ao curso e aos estudantes pela confiança nessa gestão, além da construção conjunta durante esse período. As propostas, críticas, erros, acertos, derrotas e vitórias são essenciais para o nosso avanço coletivo. Todes pudemos aprender com essa experiência e que possamos, cada vez mais, ter entidades verdadeiramente democráticas com a participação ativa des estudantes e com a força para organizar nossas lutas!


Seguimos juntes com responsabilidade e comprometimento político.


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