Repasse do CeUPES sobre a reunião com os professores dos três departamentos
- CeUPES Ísis Dias de Oliveira
- 16 de set. de 2023
- 3 min de leitura
O convite para a reunião foi enviado na segunda-feira (11) para todes es professores do curso. A reunião aconteceu na quinta-feira (14), às 18h, na sala 104B. Tivemos 2 professores do DS, 2 do DCP e 1 do DA presentes. Todes es outres docentes responderam que já possuíam compromisso na data.
De modo geral, o Departamento de Sociologia e o de Ciências Políticas se mostraram surpresos com a pauta trazida pelo CeUPES em relação à contratação de professores, pois não apresentam déficit de docentes. O Departamento de Antropologia, por outro lado, é o que apresenta situação mais urgente, com a perspectiva de que até 2027 tenha somente 10 professores, contando com o concurso que abrirá esse ano.
Os representantes do CeUPES presentes iniciaram a reunião trazendo uma perspectiva geral da situação dos professores em toda a USP, com ênfase nos cursos como a obstetrícia e a Letras, nos quais estudantes não estão conseguindo se formar ou têm risco de ter suas habilitações fechadas. Além disso, situamos também a situação que passa o PAPFE.
No que toca a situação do curso, falamos sobre a iniciativa da gestão de escrever um dossiê, mas pontuamos a dificuldade de encontrar as informações. Sobre isso, uma professora do departamento de sociologia - que faz parte da comissão dos claros -, esclareceu a existência da comissão, que foi organizada há cerca de três anos a fim de realizar um diagnóstico sobre a necessidade de docentes para cada um dos 11 departamentos da FFLCH, e de como conseguir os dados construídos. Sobre o último, indicou que procurássemos a congregação e a comissão dos claros ligada à reitoria, que é o órgão que distribui as vagas para toda a USP.
Também afirmou que 57 claros (docentes) serão disponibilizados para a faculdade, ou seja, abrirão 57 concursos, para que todos os departamentos tivessem uma reposição. Inicialmente, segundo a professora, tais concursos seriam distribuídos entre os anos de 2023, 2024 e 2025, mas em razão das pressões que a reitoria vem sofrendo todos estes serão realizados neste ano e no próximo.
Ainda, pelo que esclareceu, os critérios usados pela comissão são de reposição do quadro docente com base nos números existentes em 2014, quando a universidade parou de abrir concursos de modo geral - ou seja, não temos, neste momento, uma perspectiva de expansão do número de professores -. A partir disso, a situação dos departamentos é federativa, cada um pensa, a seu modo, como reorganizar o quadro. O departamento de sociologia, a título de exemplo, pensa em abrir mãos dos cursos externos que oferecem, de modo a concentrar esforços para não precarizar a grade do curso de ciências sociais.
A professora também destacou que a distribuição dos claros se dá com base no pedido de cada representante dos departamentos. Nesse sentido, por exemplo, o representante do departamento de Letras orientais só solicitou um concurso para o japonês - habilitação que corre o risco de fechar -, logo, somente um concurso será aberto para essa habilitação durante essa leva disponibilizada pela reitoria.
Em relação ao funcionamento da contratação, explicaram que há contratação automática caso haja falecimento de algum docente ou na situação de afastamento ou abandono do cargo, a exemplo do professor Fernando Haddad, que se afastou para cumprir seu mandato de ministro. Todavia, não há contratação automática em casos de aposentadoria, principal fator da falta de professores.
Em relação aos departamentos de ciências sociais, a professora do departamento de antropologia apontou a heterogeneidade das situações, tendo em vista que o DS e o DCP estão com boas perspectivas, com cerca de 24 professores cada, enquanto o DA, que só receberá uma nova contratação, e hoje apresenta 18 docentes, tem a previsão de que até 2027 estejam com apenas 10 - 8 perdas somente por aposentadoria. Para além da situação quantitativa, ela sublinhou também que com essas aposentadorias, certas linhas de pesquisa podem ficar enfraquecidas ou serem completamente abandonadas, pois pode entrar um pesquisador com pesquisas diferentes, debilitando ainda mais a diversidade de pesquisas no curso.
Nós, estudantes, sabemos que na maioria dos departamentos da FFLCH, uma vaga não é o bastante para o restabelecimento da normalidade das disciplinas, como deixa claro a habilitação do japonês na Letras e da Antropologia, na ciências sociais.
Diante disso, o CeUPES analisa que para além da clara necessidade de continuação das mobilizações em volta da pauta das contratações, que de nenhum modo se fazem suficientes nesse cenário, sigamos tendo como reivindicação a abertura de concursos com cota PPI, mesmo nos casos de apenas uma contratação, além da abertura imediata do livro de contas da universidade, para que tenhamos ciência de como é distribuída a verba da USP, já que, como informado pela membra da comissão dos claros da FFLCH, não está indo para admissão de novos professores e nem para permanência estudantil.
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